terça-feira, 25 de maio de 2010

Contos De Barões: Uma Era Medieval

Bom... Então, continuando a historia... ai vamos nós.
OBS: Quem não pegou o inicio do conto, ai vai o link:
http://neco-barcellos.blogspot.com/2010/05/contos-de-baroes-e-algo-tipo-medieval.html

Contos de Barões: Uma Era Medieval

Geraldo de Viene

... Régnier e Geraldo ajoelharam-se aos pés de Galeot para lhe prestar homenagem.
Galeot Magno acabou consentindo. Armou cavaleiro Régnier, o intrépido. Depois nomeou Geraldo escudeiro de seu séquito.
Os dois foram vestidos com trajes suntuosos e Régnier deu inicio então a suas inúmeras proezas. Para o rei, ele venceu mil inimigos, pacificando a Flandres e o Vermandios, a Beauce e a Champagne.
Certa vez, para honrá-lo mais do que qualquer outro barão, Galeot Magno o escolheu para servir sua refeição no dia de Pentecostes, junto com seu irmão Geraldo. No meio do banquete, surgiu um mensageiro.
- Vida longa e prosperidade ao imperador Galeot Magno! - ele exclamou inicialmente - Alguém pode me dizer quais desses senhores são Régnier e Geraldo, filhos de Garin?
- Eu e meu irmão. O que quer de nós?
- Fui enviado por seus irmãos para conhecer seus feitos e lhes falar dos deles. Milon conquistou a Puglia e lhes informa seu casamento recente. Quanto Hernaut, sua união foi abençoada pelo céu, que lhe enviou um menino, já resplandecente de beleza e vigor, o pequeno Emeri. Em troca, o que devo dizer de vocês? Que terras conquistaram?
- Diga que o imperador nos honra imensamente, que nos faz enxugar suas travessas e cuidar de suas bebidas. E não se esqueça de dizer que Geraldo ainda não é cavaeiro e que eu não recebi nem bens nem senhoria*(Poder e direitos de senhor sobre uma terra).
Diante dessas palavras, o imperador, furioso, com apenas um soco fez tremer a mesa e a sala inteira.
- Ouviram esse ingrato? - ele gritou. - Na verdade, estou arrependido de tudo o que fiz de bom para esse filho de vagabundo, que na verdade merece a forca!
- Sire* - disse então Régnier, pálido de raiva -, por que benefícios lhe devo gratidão? O senhor me fez cavaleiro, por certo, mas eu defendi lealmente seus Estados e não obtive proveito algum!
- Vassalo*, já me disseram que seus discursos mostravam sua deslealdade ao imperador. Desta vez você foi longe demais.
Geraldo, tão dócil quanto Régnier era violento, assistia aterrado a discução. Lançou-se então aos pés de Galeot:
- Nobre senhor, bem conhece o humor de meu irmão. sabe que ele é leal e valoroso e que só a cólera faz que lhe falte com o respeito. Belo e gentil Sire*, não o abandone! Seu rancor certamente é legitimo. Para aplacá-lo, permita que façamos penitência. Pediremos a Deus que tenha o senhor sempre sob sua santa proteção.
Tanta doçura e lealdade aplacaram um pouco a fúria do rei.
Os barões também tomaram a defesa de Régnier. Não era ele um dos mais valorosos cavaleiros da França? Que ele fosse perdoado por sua temeridade, em nome dos grandes serviços que prestara!
Murmurava-se que, com a morte do duque de Gênova, seu feudo encontrava-se abandonado, entregue a inexperiência de sua filha muito jovem. Se Régnier se casasse com ela, receberia um belo feudo.
Além do mais, teriam encontrado um defensor para Gênova. O imperador refletiu longamente.
- É verdade - disse finalmente -, devo muito a Régnier. Que seja! Está perdoado. Ficará com a moça e com o ducado. Contanto que vá embora daqui!
Contentes e admiridados, os barões rodearam Régnier.
- Que generoso dom! Como agradecer a seu imperador tanta bondade?
No entanto, sem se comover, ele disse apenas:
- Sire*, obrigado. Aceito
Depois prestou homanagem ao rei.
Em Gênova, ele se casou com a filha do duque e teve com ela uma filha, Aude, e um filho, o valente Olivier.
Geraldo permaneceu mais cinco anos ao lado de Galeot Magno, que o fizera cavaleiro e a quem ele servia com toda a lealdade.
Ora, ocorre que o poderoso duque de Borgonha, Aubery de Bourgoing, morreu de repente. Sua viúva solicitou uma audiência ao imperador, que, para recebê-la dignamente, mandou que jovens cavaleiros a escoltassem, comandados por Geraldo.
A jovem viúva era nobre e maravilhosa. Geraldo era altivo e cheio de graça, e não desagradou a duquesa. Assim que se apresentou ao imperador, ela explicou o objetivo de sua visita: seus domínios eram vastos e não podia defendê-los sozinha. Pedia que Galeot lhe escolhesse um novo marido, para que suas terras não ficassem a mercê dos vizinhos.
- Dama, suas palavras são sábias - disse o imperador. - Eu já tinha pensado nisso. Meu escudeiro, Geraldo, é valente e leal. Aceitaria tê-lo como esposo?
- Sire*, sou sua vassala e me casarei com quem o senhor me destinar.
Galeot observava-a atento, e de repente sentiu em seu coração uma emoção especial. Resplandecente e magnífica, ela parecia ter nascido para um destino brilhante. Veio-lhe então o desejo de tê-la como esposa. Geraldo certamente encontraria outra.
- Dama! - exclamou o rei -, quanto mais a vejo mais me convenço de que não nasceu para permanecer vassala. Ofereço-lhe mais do que meu escudeiro. Se quiser, irá se casar-se comigo.
A duquesa imaginou que a vontade do rei fosse mero capricho. Além do mais, Geraldo lhe agradara mais do que qualquer outro.
- Sire* - disse ela -, não graceje. Uma súdita não pode se casar com um grande monarca!
- Está falando sem saber, senhora. Mais vale se elevar do que se rebaixar pelo casamento.
- Pois bem, permita pelo menos que eu reflita até amanhã.

Concedido o prazo, a senhora mandou chamar Geraldo imediatamente e lhe disse, com ar altivo:
- Mandei chamá-lo, jovem aspirante, para lhe dizer que o rei ofereceu-me seu trono e sua mão. Mas como você me agrada, serei sua esposa.
- Senhora - respondeu Geraldo, magoado com o tom e com as palavras -, será que o mundo mudou tanto, que agora as damas se oferecem em casamento? Que eu saiba, não pedi sua mão.
Ele a saudou e se foi, cheio de rancor.
A dama não se aguentou de vergonha e de dor e mandou chamá-lo pela segunda vez. Geraldo respondeu que ela saberia de sua decisão dali a quinze dias.
Nesse ínterim, anunciaram-lhe a visita do imperador. Ofendida por ter sido desprezada, a dama o recebeu com alegria.
- Sire* - disse ela -, refleti com ponderação. Maior será minha felicidade vivendo como sua rainha, nem que seja por alguns dias, do que deixando transcorrer na mediocridade todos os dias de minha vida.
Muito alegre, Galeot foi dizer a seus barões que eles teriam uma rainha na corte. E todos, em uma vez só, aclamaram aquela que o rei escolhera.
Ao receber a notícia, Geraldo ficou enfurecido. Ele desdenhara a duquesa, decerto, mas o feudo lhe fora prometido.
Depois do casamento, os barões lembraram a promessa a Galeot. Apesar do ódio secreto da rainha, o rei estimava seu escudeiro e não queria faltar-lhe com a palavra. Foi assim que Geraldo recebeu a senhoria de Viene, cidade muito forte e cercada por uma terra muito rica.
Naquele tempo, quem recebia um feudo prestava homenagem ao suserano(Senhor feudal, pessoa que concedia territorios aos vassalos e em troca recebia seus tríbutos e serviços), Geraldo foi receber sua investidura.
A rainha resolveu aproveitar a oportunidade para consumar sua vingança. Quando Geraldo pôs o joelho em terra para baijar o pé do imperador, ela colocou seu próprio pé na frente para que ele o beijasse, inflingindo-lhe assim a humilhação suprema.
Geraldo, sem perceber o engano, partiu para seu ducado. Entrou na cidade triunfalmente, entre os vivas e aclamações de seus súditos.


Bom
galera, é isso, espero que tenham gostado de mais uma parte desse conto. Daqui a 2 dias, postarei a continuação... Não percam!


Abrass... Thobias Costa Emmert, The Doctore.


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